28.10.14

Chegou a hora: lei de mídias já!

No último domingo, por volta das 18h, já estava na Lapa e reparava o movimento de pessoas adesivadas e com bandeiras da campanha à reeleição de Dilma Roussef. Pouco tempo depois, o bar Vaca Atolada, lotado de petralhas já comemorava a vitória na mais dura eleição presidencial. Teve espaço até pro "Quem não pula é tucano!!!". 

A eleição foi difícil e mesmo não participando ativamente nem mesmo com atualizações nesse simples blog, o sentimento foi de alívio. Li e ouvi muitos relatos de indiferença e ódio daqueles que declararam voto em Dilma. Poderia fazer os meus relatos também - isso sem falar no chorume espalhado pelas redes sociais sobre os mais diversos temas - de Bolsa Família ao porto de Cuba. Não dava pra não comemorar.

Ainda na Lapa, a militância se reuniu sob os Arcos onde havia um trio elétrico e um telão, por onde assistimos o discurso da presidenta recém-eleita. Foi nesse discurso que a militância gritou sua resistência (especialmente) à TV Globo.

O recado já havia sido dado pelo governo e pelo PT há tempos. Só que a paciência se esgotou.

Durante o primeiro mandato, Dilma pouco falou sobre o assunto. A proposta de lei que regulamenta as concessões, escrita ainda no governo Lula pelo ministro Franklin Martins, foi deixado no fundo da gaveta de Paulo Bernardo.

No Encontro Nacional de Blogueiros desse ano, em São Paulo, a (histórica) fala do presidente Lula deixou claro: estava na hora de colocar pra frente uma proposta de mídia mais democrática.

Dilma voltou ao assunto de maneira extremamente tímida durante a campanha - atitude decisiva e estratégica.Um debate na Band, por exemplo, não é local mais apropriado para tratar do assunto. Seria como repartir pedaços de carne na cela de leões famintos. O assunto requer uma discussão mais profunda.

E hoje, poucos dias após o segundo turno, o perfil da presidenta foi atualizado com uma excelente notícia.

Estamos no caminho!

Uma das minhas críticas aos governos do PT foi a demora por assumir a urgência do tema, mas tenho certeza de que somente o partido é capaz de botar o assunto para frente.

O desafio está lançado.

Mesmo aqueles que não militam na causa precisam se informar para que até mesmo aquelas conversas mais rotineiras sejam bem orientadas. A grande mídia já deve estar em alerta. Daqui a pouco começa o festival de ameaças evocando as mais tristes lembranças da imprensa censurada a partir do Golpe de 64 (embora eles "esqueçam" do apoio que deram a ditadura...).

Estamos vivos. Mais vivos do que nunca!