16.10.10

Deus não é eleitor brasileiro

O Serra, você sabe: é o Homem sem Nenhum Caráter. E ele prova isso a cada dia da campanha eleitoral.

Depois de me fazer acreditar ter sido indiretamente o responsável por jogar na internet e-mails questionando a fé da candidata Dilma e sobretudo acusando-a de ser a favor do aborto, ele fez mais. Muito mais.

Primeiro, se calou no debate da Band para em seguida negar que sua mulher Mônica Serra tivesse andado pelas ruas de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, dizendo que Dilma é a favor de matar criancinhas. Ele mente e a prova está aqui.

Depois, sabendo que os votos dos conservadores e religiosos em Marina o levaram ao segundo turno ele aparece na TV falando em um Brasil que "está nascendo" e leva ao ar comerciais que mostram um parto. Mais sujo impossível? Não.

Serra nunca escondeu que sempre quis ser presidente. O que ele tem deixado claro é paga qualquer preço para isso e a prova é a entrevista de Sheila Ribeiro ao jornal Correio do Brasil. Ex-aluna de Mônica Serra, ela afirma que em uma de suas aulas a professora disse ter feito um aborto aos quatro meses. Leia a reportagem aqui.

O Serra é, definitivamente, o Homem sem Nenhum Caráter.

Agora, mais do que gastar as linhas desse blog com acusações e comparações entre a competência e honestidade de Serra e Dilma, uma reflexão mais do que necessária.

Deus pode ser brasileiro, mas tenho certeza de que seu título de eleitor não possa ser daqui. Não considero pertinente que nossos órgãos de imprensa e a sociedade como um todo aceitem que esses temas sejam tratados dessa forma numa campanha presidencial.

Existem questões importantes a serem colocadas. Uma delas é a de que o Presidente da República não governa sozinho. O fato de Dilma ou Serra garantirem que não irão propor a legalização do aborto não significa que a lei não irá existir. A Lei da Ficha Limpa serve de exemplo: iniciativa popular, ganhou a internet e foi aprovada por nossos deputados e senadores.

Além disso, acredito que tenhamos que deixar claro que fazer política é também fazer concessões. A minha ou a sua vontade não pode ser imposta a dos outros. Vivemos em uma democracia, não? Se Dilma, Serra, Marina ou qualquer outro candidato se mostra contra ou a favor do aborto cabe a nós, eleitores, avaliar propostas que envolvam outros assuntos. E sem pedir ajuda de Deus.

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