9.11.11

Exemplos: Twitter e protagonismo; televisão e passividade.

O avanço no uso da internet e a queda na audiência das TVs e na venda de jornais e revistas têm sido responsáveis por iniciar discussões muito variadas, em que uma dúvida/temática é frequente: a televisão vai perder importância? Os jornais pararão de circular?

No Brasil, as ferramentas que centralizam essas discussões não tomam o espaço da televisão, o veículo mais utilizado e influente, pelo menos agora. No Twitter, os trending topics (os assuntos mais comentados no Twitter em determinado momento) sempre têm referências aos programas de televisão, indicando que as duas mídias não competem, mas completam-se.

Dessa forma a discussão tem outros focos. 

O avanços dos meios técnicos e informacionais mudou as relações de produção e consumo de notícias e cultura em geral, em todo o planeta. As redes de comunicação (incompletas por definição) tornam alguns pontos mais ou menos integrados à ela, é verdade, porém as mudanças são inegáveis e irreversíveis. 

Hoje temos espaço para protagonismos democráticos, sob dois eixos: 1) todos que tenham acesso a esses meios técnicos podem produzir notícia e contribuir com pareceres diferentes (mais democrático, portanto); 2) optar pelo que ouve e lê, em meio a cada vez mais ofertas. A natureza dessas tecnologias que podem veicular informação e/ou cultura é descentralizadora e assim o internauta tem muitas possibilidades à sua frente e não apenas a visão parcial e restrita dos grandes grupos de mídia.

Saímos da dependência total das grandes redações, por exemplo, e temos a possibilidade de sermos mais livres. A grande redação continuará tendo importância, sim, mas coexistirá com outras formas de produzir notícias.

O Twitter sozinho nada faz. Ainda que existam usuários do microblog leiam mais do escrevam, estes optam por quem vão seguir. A televisão, símbolo da comunicação no Brasil há tanto tempo, caracteriza-se por levar ao telespectador o produto finalizado, já formatado, com crítica e tudo. Torna o receptor da mensagem passivo

Uma enorme quantidade de canais na TV aberta ou fechada e até mesmo muitas revistas e jornais em circulação não significa democracia e pluralidade, principalmente no Brasil em que onze famílias controlam o que vai ser discutido nesses meios tradicionais. A diversidade só acontece quando todos os atores sociais - negros, sem-terra, mulheres, nordestinos, favelados etc - têm chance de falar

Essas minorias não veem espaço para seus discursos nas grandes redações, mas podem formar uma.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bacana Daniel!
Saca so esse artigo do Felipe Fonseca, sobre "pos digital": http://culturadigital.org.br/2011/11/pos-digital/

Enquanto a gente ta aqui dicutindo "as novas questoes do cenario digital" o cara ja ta la na frente, muito bom!!

E seguimos o debate!

@alinecarvalho disse...

Ai era eu ai em cima! =)

@alinecarvalho

@alinecarvalho disse...

Outro artigo que tem a ver com o papo:

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-internet-nao-e--meio-de-comunicacao-,787902,0.htm