31.5.11

Hoje fui até Niterói usando o serviço das Barcas S/A e fiquei surpreso com o que duas meninas entregavam a todos que passavam pelas catracas e entravam na estação Praça XV. Normalmente são entregues folhetos de supermercados e outras propagandas, mas dessa vez era uma carta assinada pela direção da empresa comunicando aos usuários que os trabalhadores estão no início do processo de greve.

Não especificaram as exigências dos funcionários, tampouco o que a empresa concessionária oferece na negociação. Apenas falaram da eminente greve.

A carta, que acabou sendo lida por todos os usuários que estavam esperando a embarcação seguinte, teve um tom "lavo minhas mãos" e de coação. Quando o movimento de greve chega aos usuários do serviço causando apenas transtorno, a causa acaba não ganhando apoio popular. Talvez seja esse o interesse da Barcas S/A.

O curioso é que em um passado recente a empresa conseguiu novamente autorização para não circular durante a madrugada.

A alternativa oferecida pela empresa - e acatada pela agência que regula os transportes públicos privatizados do Rio - é que os usuários caminhem até o terminal rodoviário da cidade (cerca de 500 metros) e peguem ônibus da linha 100, da mesma empresa que gere a Barcas S/A.

Sobre essa mudança, as longas filas no horário de rush e os constantes acidentes que causam transtornos aos usuários não foram distribuídas cartas esclarecedoras. A empresa prefere o silêncio, a defensiva.

O preço da passagem é de R$2,80 e representa um alto custo para a maioria dos usuários que precisam usar outros modais como metrô no Rio ou linhas de ônibus em Niterói, por exemplo.

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