13.6.11

Mídia podre Ltda.

Representar o interesse de algumas elites brasileiras sempre foi uma possível definição da revista Época. Sua competência para valorizar ideias neoliberais não é novidade, como também não são recentes as campanhas que outros veículos de mídia das Organizações Globo têm sobre privatização, ausência do Estado entre outros assuntos.

Mas depois de colocar a presidenta Dilma de olhos fechados em uma capa que falava sobre os "gravíssimos" problemas de saúde dela (segundo a visão da própria revista, é claro), eles parecem terem ido mais longe. Dessa vez não desrespeitaram a figura pública de nenhum presidente; não indicaram previamente culpa de nenhum suspeito. Mas afirmaram, sem medo de esconder, que as privatizações são necessárias e coerentes.





Mais do que travar um debate pequeno entre privatizadores e defensores de um Estado poderoso, é preciso entender as ações estratégicas de qualquer governo e a importância que alguns serviços têm. Confesso que não li a reportagem nem tenho vontade de lê-la, embora saiba que seria importante para ter poder maior de argumentação. Entretanto, acredito que nela aparecem tabelas e gráficos que questionam os lucros e prejuízos das tais empresas públicas federais que deveriam ser privatizadas. Esse é o ponto.

Enquanto Estado, o governo brasileiro (ou até municipal) tem o dever de oferecer alguns serviços para a população, independente do lucro ou prejuízo que a empresa possa dar. Enquanto a revista certamente tem uma lista daquilo que "dá errado", é possível pegar apenas um (ótimo) exemplo daquilo que dá certo: a Petrobras. Ainda que a empresa de energia - uma das maiores do mundo - seja de capital misto, a participação importante do governo na mesma é indiscutível, como seus ganhos econômicos.

Entre exemplos, o importante é saber que como administradores públicos os homens desse país devem fazer uma simples reflexão e conta: redistribuir os lucros das "petrobas" espalhadas pelo Brasil entre aquelas empresas que não dão certo - e jamais devem ser privatizadas.

Mas, afinal, porque "jamais devem ser privatizadas"? Porque o interesse privado em empresas como Embraer, Vale do Rio Doce, CSN, dos Sistemas Eletrobras e Telebras - todas até aqui vendidas a preço de banana - é apenas um: o lucro. Nas mãos do Estado lutamos para que essas empresas sirvam aos brasileiros, independente do "lucro do último trimestre ter sido abaixo do esperavam os acionistas da Bovespa", como adoram falar alguns economistas chatos.

Essa é a questão: o papel das empresas públicas. Ser pública é a garantia de tê-las em função de todos os brasileiros.

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