14.7.11

O que quer Marina Silva?



Pode parecer discurso de petista cego, mas não se trata disso. Trata-se de analisar fatos, discursos e posições.

Nas eleições presidenciais de 2010 fomos obrigados a lidar com muitas sujeiras e alguns acontecimentos no mínimo estranhos.

De um lado, o desesperado José Serra recorria aos elogios à Lula (lembra do jingle "quando o Lula da Silva sair/é o Zé que eu quero lá"? Não?! Então ouça aqui.), ao aborto e aos pastores e padres que cismam em meter-se na política.

De outro ficou Marina Silva, representando um PV que não a representava. O PV, além de defender algumas bandeiras que todos já têm conhecimento como a legalização da maconha (assunto para outra postagem), é mais conservador do que se imagina. Está entre suas propostas: redução da maioridade penal para 16 anos como forma de garantir mais segurança (veja aqui no item 2c). Nada a ver com a Marina Silva evangélica.

Àquela época queria acreditar que a ex-senadora estava sendo enganada por um dos partido mais confusos do Brasil. Hoje não acredito mais nisso.

Recentemente Marina Silva deligou-se do PV por não concordar com alguns caminhos seguidos pelo partido e por sentir-se motivada a encontrar um "novo jeito de fazer política", em um novo "movimento". Junto dela outros quinze nomes fizeram o pedido de desfiliação.



Alfredo Sirkis, deputado federal pelo Rio e um dos fundadores do PV, participou do encontro em que o "movimento" (sem nome, sem definição, sem o povo) foi lançado. Entretanto, optou por não desligar-se agora do PV pois queria preservar o seu mandato. Ué... o objetivo não era buscar uma forma de fazer política sem se preocupar com fins eleitoreiros? Prender-se a mandato não é politicagem pura? Não deu pra entender.

Outra personalidade (?) que também apoiou o "movimento" foi Fernando Gabeira, que nunca sabe para onde vai. Sem mandato, Gabeira está no bolo dos que saíram da legenda verde.

Gabeira também acredita em um "movimento" político novo. Mas em 2010 o então candidato ao governo estadual foi responsável por um dos momentos mais ridículos das eleições. A foto fala por si:



Gabeira apoiava Serra e Marina, embora a verde tenha conseguido convencer alguns eleitores ("apenas" 20 milhões) de que ela era "alternativa" a Dilma e Serra.

Minha dúvida é: Marina Silva, ao saber que o companheiro de partido apoiava seu adversário direto, ficou como?

Marina Silva é mesmo uma boa cristã que perdoa e é livre de ressentimentos ou... sua candidatura serviu somente para embolar o meio-de-campo na disputa à presidência?

É difícil entender como que após o vexame capitaneado por Gabeira, Marina ainda encontre nele qualquer apoio que seja - e aceite-o.

E aí, Marina? O que queres?

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