24.9.11

Cultura e tecnologia

O protagonismo que a tecnologia possibilita aos produtores de cultura em todo o mundo modifica o mundo em vivemos, em uma velocidade cada vez maior. Tempo e espaço têm novas relações graças aos desenvolvimentos tecnológico. 

Saímos do estágio em que o fazer sucesso dependia de aparições em programas de TV populares para outra visão do que é sucesso. Ainda engatinhando, o surgimento de artistas via mídias alternativas já é realidade. 

Hoje, sabemos, o consumo de música mudou completamente. Clássicos ou lançamentos estão no You Tube e cada um pode montar o set list que quiser, a qualquer momento. Esperar o final de tarde para ouvir sua música preferida na lista das mais tocadas é coisa do passado.   

Se o consumo de música (e cultura em geral) mudou com o uso e apropriação das novas tecnologias, a mudança no mercado é inevitável. Conforme Ronaldo Lemos disse no seu "Mod MTV", já não dá mais para desprezar os milhões de pages views que alguns clipes/artistas têm nas páginas de vídeos.

A estrutura mercadológica baseada nos grandes investimentos com enormes retornos de bilheteria e vendas graças ao consumo de massa continuará existindo, com transformações inevitáveis. Entretanto, as grandes corporações do cinema, da música e da informação precisarão coexistir com esse jeito novo de produzir e consumir cultura.

E o Brasil? 
Existem vários aspectos a serem destacados nessa onda de novidades e o aumento da chamada classe média no Brasil e a chegada ao mercado de consumo de milhões de famílias é um deles. As empresas de tecnologia e telecomunicações sabem que precisam se adaptar aos novos tempos. Ou perdem mercado.

Hoje a produção da notícia tende à descentralização. Partindo do ponto de que a notícia é a interpretação do fato, como diz Milton Santos, podem coexistir diversas notícias sobre um mesmo fato. O pensamento único, padronizado e repetitivo é desconstruído justamente por aquilo que o sustentou: as tecnologias. Sozinhas nada produzem, mas bem distribuídas promovem mudanças profundas.

O papel de Gilberto Gil como ministro da Cultura nos mandatos do Presidente Lula foi determinante, já que trouxe para a instituição (com certo pioneirismo global) esse novo olhar sob o produzir e consumir cultura. Os ativistas culturais temem que todos os avanços alcançados até agora possam se perder com o caminho escolhido para o ministério pela Presidenta Dilma, fato que merece total atenção da sociedade civil e dos agentes mobilizadores da grande rede.

Sem voltar atrás
Talvez ainda seja cedo para compreendermos onde iremos chegar com todas essas transformações, embora pareça claro que retrocessos são inviáveis. O caminho foi traçado e a tendência é de mais ganhos coletivos nos âmbitos da cultura e justiça social.

Ao propiciar o protagonismo, todas essas transformações (que partem de vários lugares, intensões e iniciativas) legitimam a liberdade

Segue abaixo o excelente programa "Mod MTV" com o tema periferias. 

Nenhum comentário: